sábado, 8 de dezembro de 2012

ELEIÇÕES 2012


“Hoje a gente já não sabe de que lado estão certos cabeludos se são da direita ou da traseira já não se sabe mais de que lado” (Raul Seixas)

Arte de Alex Doeppre
Hoje está cada vez mais difícil saber de que lado estão certos políticos brasileiros, se ao lado do povo para atender as demandas necessárias para uma vida digna, ou ao lado daqueles que só pensam nos seus benefícios individuais, pouco se importando com o que ocorre ao seu lado. Esta dúvida vem a partir daquilo que os políticos acabam fazendo ou deixando de fazer, mesmo tendo sido eleitos para tomar as decisões que irão ao encontro dos anseios populares.

Em Alvorada, após uma nova disputa majoritária entre PT e PTB – a terceira nos últimos 12 anos – podemos realmente acreditar que o prefeito eleito, o senhor Serginho do PT vai cumprir com suas promessas de campanha? No mínimo, podemos esperar que os compromissos assumidos nos projetos de governo apresentados durante a corrida para chegar ao topo do poder executivo municipal serão postos em prática? E os vereadores eleitos, poderemos esperar honestidade, transparência e muito trabalho no mandato que iniciará em 2013?

Dúvidas, como sempre muitas dúvidas e os culpados por ficarmos em dúvida são os próprios políticos, afinal “promessa não é dívida”. O PT venceu as eleições majoritárias em Alvorada, após um mandato do PTB marcado por uma série de denúncias de corrupção, ou seja, os eleitores deram um basta na farra da corrupção anunciada pela imprensa que chegou a mostrar a Polícia Federal “pedalando” a porta da Prefeitura. Se as denúncias são verdadeiras, caberá a Justiça julgar, mas as cenas foram fortes e certamente influenciaram a decisão popular. Por outro lado, ao olharmos a nominata dos vereadores eleitos, nenhuma surpresa. Os velhos “coronéis do século XXI” eleitos. Também tivemos, entre os eleitos, candidatos denunciados por corrupção no último governo e outros por compra de votos. Afinal, o que mudou?

Os mesmos eleitores que derrubaram o candidato da atual administração alegando corrupção elegeram vereadores da mesma prática ilícita e também compra de votos. Onde está a coerência? E o prefeito eleito, Professor Serginho e seu partido o PT, enfrentarão a corrupção ou, em nome da tal governabilidade farão acordos com partidos que ficaram 8 anos ao lado do PTB, como o PDT por exemplo.

Dúvidas, muitas dúvidas, afinal alguém sabe de que lado estão certos cabeludos, digo, políticos brasileiros? Ah, e toca Raul!!!

Texto: Denílson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ALVORADA: 47 ANOS


Nossa cidade completa neste mês 47 anos. Veja um pouco de sua História através do relato de minha infância na década de 1970.

Momento presente: Shopping Center, Lan House, vídeo game, condomínio fechado, bonecos de super-heróis, escolinhas de futebol com grama sintética, carrinhos de ferro para coleção... Década de 1970: patinete e carinho-de-lomba de rolimã, futebol de rua, jogo da cela, bolinha de gude, taco... Acompanhando o crescimento de meus filhos, Henrique e Fernanda, vejo como a infância deles está sendo diferente da minha. Acho importante resgatar a memória de como era a infância na década de 1970, principalmente em uma cidade periférica como Alvorada, onde a população nunca teve acesso a grandes inovações da mídia.

Estudar pela manhã era sempre o desejado pela garotada, pois assim teríamos à tarde para brincar, e a principal brincadeira era jogar bola. Naquela época jogávamos todos os dias e o campo era o meio da rua. Fazíamos goleirinhas com tijolos ou lata de azeite dividia-se dois ou três para cada lado e passávamos a tarde jogando, muitas vezes reunia-se muitos garotos e formavam-se quatro ou mais times, o que terminava em um torneio onde as disputas eram acirradas. Mas não era só futebol! Como a falta de brinquedos era grande, poucas crianças tinha carrinhos e bonecos e, quando tinham não tiravam de casa, a saída era improvisar. A partir de madeiras e rolimãs, construíamos patinetes e carinhos-de-lomba. Claro que não era qualquer um que fazia, mas uns ajudavam os outros. Descer a lomba da Castelo Branco (Parada 43) numa disputa com um colega era de dar inveja os jovens que hoje muito precocemente disputam corridas de Kart.

A maioria das brincadeiras envolvia disputas como jogar bolinha de gude “as verda”. Esta expressão significava que se você ganhasse as bolinhas de seu colega no jogo, elas seriam suas. Não vou negar que muitas vezes acabávamos brigando, mas diferente de hoje, as brigas não iam muito além do momento, no dia seguinte estávamos brincando novamente. Outra brincadeira que dava disputa era jogar taco, cuja finalidade era para quem estava com os tacos, acertar uma bolinha arremessada pelo adversário e trocar de lado com seu colega antes do adversário pegar a bolinha. Para quem estava sem os tacos, o objetivo era acertar a casinha do adversário com a bolinha para ter direito a ficar com os tacos. Brincávamos com carinhos feito de lata, com pneus velhos, com latas de leite ninho cheias de areias puxadas por fios de nylon, de se esconder quando caia a noite, de campeonatos de jogo de botão e também jogar chimpa. A chimpa era uma pedra em forma de circulo onde você teria que acertar a de seu colega e vice-versa. O mais interessante é que naquela época não se jogava a dinheiro, mas criávamos toda uma estrutura financeira de valores a partir de carteiras de cigarro para apostarmos no jogo de chimpa. Cada marca de cigarro recebia um valor.

Nem tudo era só brincadeira, havia as aventuras. Morava na Vila Fontoura. Nesta época não existia o Jardim Porto Alegre, muito menos o Jardim Algarve e o Porto Verde. Ainda não havia projeto para a construção do BIG e o RS Futebol. Toda aquela área era uma verdadeira mata, com muitas árvores e pássaros, além do arroio que passava por meio dela. Saíamos para cassar passarinho armados de fundas (estilingue), uma arma feita de forquilha de árvore com caninhos de soro amarrados em cada parte da forquilha com um corinho na outra extremidade para se arremessar uma pedra. Se não era para caçar, íamos pescar no arroio. Muitas vezes nos embrenhávamos no mato e ficávamos até perto da noite, o que gerava pavor devido a lendas de fantasmas e assombrações que apareciam na mata, embora nunca tenha visto nada. Mas a maior lenda urbana, sem dúvida era o “velho do saco”, porque este realmente existia e nós o conhecíamos. Tratava-se de Seu Quiquito, um velhinho que andava pelas ruas atrás de pasto, e para isso usava um saco nas costas e uma foice nas mãos. Mas vai contar para as crianças daquela época que o “velho do saco” não fazia mal!

Nos fins-de-semana a diversão era acompanharmos os times de nossa vila nos jogos do campeonato amador da cidade. Torcíamos pelo Fontoura e, principalmente pelo Unidos. Também tinha o Cine São Jorge, que poucos acreditam que existiu. O “pulguinha” como era carinhosamente chamado costumava passar filmes de artes marciais na matinê, domingo à tarde. Mas a idade foi avançando e novas diversões foram surgindo, como as discotecas. Estávamos deixando a infância para entrar na adolescência. Resgatar as memórias de minha infância é também resgatar as vivências do povo desta cidade.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Originalmente publicado no livro Raízes de Alvorada

domingo, 26 de agosto de 2012

OS MELHORES DO MUNDO

Montagem de Alex Doeppre

Mais uma vez a Seleção Brasileira de Futebol não conquistou o único título que falta em sua sala de troféus: a medalha de ouro olímpica.  Mas decepções acontecem no futebol e mesmo o Brasil sendo “os melhores do mundo”, nem sempre ganharemos. Aproveito este fato para trazer um artigo que escrevi após a decepcionante derrota na Copa de 2006. Confira a seguir!

Um dos clássicos desenhos animados de super-heróis chama-se “Os Melhores do Mundo”. Nesse episódio, Superman e Batman estão em volta de uma disputa envolvendo seus arqui-rivais Lex Lutor e Coringa, e deverão enfrentá-los para provar que realmente são os melhores do mundo. A seleção brasileira de futebol chegou à Copa da Alemanha como os melhores do mundo, mas diferente dos super-heróis, pois seu comandante, o técnico Parreira, acreditava que não era necessário provar nada a ninguém, bastava colocar os melhores em campo. Ledo engano! Nas quartas-de-final nossos arqui-rivais (lembram de 1986 e 1998?) provaram que são tão competentes quanto Lex Lutor e Coringa, e nossos “supers” não estão a altura de Superman e Batman. Enquanto Superman tem que usar toda sua força e Batman seu intelecto contra seus inimigos, nossa seleção parecia mais preocupada com as fotos, os comerciais e seus recordes pessoais do que enfrentar os franceses.

Cafu queria erguer a taça pela segunda vez; Parreira tornar-se bi-campeão como técnico; Zagalo buscava seu 5º título; Ronaldo a artilharia dos mundiais (e conseguiu!) e Ronaldinho ser o craque dos craques, talvez mais que Pelé. E todos buscando contratos milionários com empresas de publicidade. Ronaldinho Gaúcho, aliás, faz com que eu desconfie que suas apresentações no Barcelona sejam truques de montagem, como aquele em que ele acerta repetidas vezes a trave e sempre domina a bola no retorno. Bem, tinha que acabar desta forma. Agora é aguardar 2010 e quem sabe contar com Superman e Batman para que sejamos os melhores do mundo. Do contrário, é jogar futebol.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A REPROVAÇÃO


Ilustração de Jeferson Adriano

Nas últimas semanas – março/abril de 2012 – muito tem se comentado sobre a reprovação maciça dos candidatos no concurso para o Magistério Estadual do RS. Segundo noticiado, pouco mais de 8% dos candidatos atingiram a média mínima para aprovação, ou seja, 50% das questões em 4 provas: Língua Portuguesa, Legislação, Pedagogia e Conhecimentos Específicos. Realmente foi uma grande reprovação, quase 92% dos candidatos.

A partir da divulgação dos dados pela imprensa, vários comentaristas, programas jornalísticos e programas de debates e análises passaram a discutir a reprovação e procurar respostas do porque de uma esmagadora maioria ter apresentado resultados insuficientes para garantir uma vaga como professor estadual. Também causou espanto que muitos reprovados já estão em sala de aula, seja na esfera municipal, iniciativa privada e até como professores contratados pelo próprio Estado, suprindo carências históricas, pois entra ano e sai ano com as escolas necessitando de professores.

Como alguém que vive o Magistério Estadual do RS há 18 anos, não fico espantado com tamanha reprovação. O ensino público está um caos. Muito dinheiro é orçado para a Educação, mas nem todo ele chega ao seu verdadeiro destino: as escolas. Com os salários baixíssimos pago aos professores, todo jovem com boa formação acaba rumando para outras áreas, onde seus salários para 20h semanais ultrapassem os 3 dígitos no contra-cheque. Assim, excluindo os que realmente nasceram para ser professor (8%?), independente dos salários, os demais estão aí pela conveniência de um emprego público e pela garantia de um salário no final do mês.

Para mudar é preciso investir corretamente e sem desvios. Preparar bem o aluno desde o ensino fundamental até o superior requer uma mudança radical no projeto de ensino do país. Hoje, os jovens estão mal preparados e com cursos superiores “brotando” a cada esquina com os cursos EAD, alguns deles patrocinados pelo próprio governo com o PROUNI. Por que não se investe em Universidade Pública de qualidade? Assim os jovens estariam melhores preparados, com aulas presenciais, projetos de pesquisa e práticas reais de ensino. Depois, remunera-se bem os professores para que a profissão venha a ser alvo de alunos bem formados e preparados para trabalhar com uma nova metodologia na formação de crianças e adolescentes. Falar mal do concurso é fácil, o difícil é ter projeto para mudar esta realidade.

Texto: Denílson Rosa dos Reis
Ilustração: Jeferson Adriano (MG)

domingo, 10 de junho de 2012

O QUE É FANZINE


 “tome zine, zine, zine, zine, zine papel xerox
todo fanzine é preto e branco e todo preto e branco pode ter”
Hanói Hanói, banca carioca (década de 1980)

Ilustração de Alex Doeppre
Fanzineiro é a pessoa que faz Fanzine. Mas o que é Fanzine? O termo é a contração das palavras “fanatic” (fã) e “magazine” (revista), ou seja, uma revista do fã. Para Henrique Magalhães, autor do livro, O que é Fanzine, da editora Brasiliense: “O Fanzine é uma publicação alternativa e amadora geralmente de pequena tiragem e impressa artesanalmente. É editado e produzido por indivíduos, grupos ou fãs-clubes de determinada arte, personagem, personalidade, hobby ou gênero de expressão artística, para um público dirigido e abordando, quase sempre, um único tema” (p. 09). Veja o exemplo: Se uma pessoa é fã do Batman, junta informações sobre o personagem, algumas ilustrações e até uma HQ (história em quadrinhos) do personagem, monta um jornalzinho e distribui para os colegas. Esta pessoa fez um Fanzine, portanto é um fanzineiro.

Os primeiros fanzines surgidos estavam ligados a temas de ficção científica, principalmente com a publicação de contos do gênero. Autores da geração bitnik também apresentaram seus trabalhos em fanzines. A partir da década de 70 do século passado com a explosão do movimento punk, começaram a proliferar uma grande quantidade de fanzines abordando a cena e também divulgando a ideologia anarquistas. Estes fanzines ficaram conhecidos com fanzines anarco-punks. Nas HQs temos três formas de fanzines: o que analisa as HQs, o que publica HQs e os que fazem uma mistura dos dois. As HQs publicadas são de artistas que ainda não ocuparam espaço no meio profissional, o que, em tratando-se de Brasil é algo muito difícil.

Resolvi publicar este artigo pois sou fanzineiro e a palavra, que aparece no meu perfil, deixou alguns leitores curiosos. Edito uma série de fanzines, sendo que o principal é o Tchê (blog), fanzine onde publico HQs de autores de auto nível, inclusive alguns profissionais, além de textos sobre quadrinhos, música e cinema. Outros fanzines que edito são: Blueseria (blog), Sonoridades Múltiplas (blog), Essência Poética, Caverna dos Gibis, TelaHQ, Arquivo, o informativo O Muro, A Tréplica, além de editar duas revistas de quadrinhos, estas impressas em gráfica com acabamento profissional: Quadrante Sul (blog) e Peryc, O Mercenário (blog).

Prezados amigos, prestigiem os fanzines!

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)

quarta-feira, 23 de maio de 2012

FUTEBOL: UMA PAIXÃO


Ilustração de Marcelo Tomazi
O futebol tem a capacidade de nos deixar apaixonados. Quem já freqüentou um estádio lotado sabe disso. Quando a multidão começa a gritar o nome do time, é de deixar qualquer um arrepiado, as lágrimas parecem querer brotar de nossos olhos, vencer um jogo no último lance, então, é pura emoção. Estão querendo roubar este sentimento do povo brasileiro. O grande historiador inglês Eric Hobsbawn dedica um trecho de “A Era dos Extremos” para falar do futebol brasileiro, mas estão tentando acabar com esta paixão.

Estamos começando mais um Campeonato Brasileiro de Futebol, serão 38 rodadas até que saibamos quem somou mais pontos e terá o direito de erguer a taça. Mas, será que vai erguer a taça quem realmente somar mais pontos. Eu ainda não esqueci o Campeonato Brasileiro de 2005. Quem esqueceu, veja o que eu escrevi e publiquei na época.

Ver o final do Campeonato Brasileiro com duas torcidas comemorando o título de forma constrangedora pode ser o ponto final do futebol no país. Quem é, de fato, campeão brasileiro 2005? Depois de 26 anos a torcida colorada viu seu título ser levado do Rio Grande por um “canetaço” do senhor Zveiter. Contrariando todos os precedentes do futebol mundial, Zveiter anulou 11 partidas “suspeitas” de manipulação. A lei é clara, somente quando constatado de fato um erro ou uma manipulação, uma partida pode ser anulada. Zveiter rasgou a lei e num ato de total prepotência favoreceu uma equipe. A torcida corintiana nada tem a ver com isso, mas o título ficou manchado.

O que fez o Clube dos 13? Calou! A CBF? Respaldou e ainda ameaça rebaixar o Inter e incentiva terceiros a mover ações judiciais neste sentido. A Comenbol ameaça tirar a vaga que o clube gaúcho conquistou para a Libertadores 2006. Porque tanta pressão? O sonho acabou, não sejamos ingênuos. Alguns campeonatos já começam com todos sabendo quem será o campeão, mesmo que no decorrer tenha que rolar um “canetaço”.

Lembram? Nós colorados ainda não esquecemos. Só um título do Campeonato Brasileiro poderá fazer-nos passar por cima desta mancha em nossa história.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Marcelo Tomazi (RS)

domingo, 22 de abril de 2012

CAPITALISMO X SOCIALISMO


Arte: Alex Doeppre

Em janeiro de 2005 ocorreu um debate sobre a bipolaridade capitalismo/socialismo nas páginas do jornal Correio do Povo de Porto Alegre a partir de uma resposta minha ao leitor Lúcio Borges que sentenciou que o socialismo é um “estelionato ideológico”. Confira, a seguir, o debate entre este articulista e o senhor Lúcio Borges que também contou com a participação de outros leitores do jornal.

“Dizer que o socialismo é um ‘estelionato ideológico’, como fez o leitor Lúcio Borges, é no mínimo desconhecer o processo histórico. Um pensamento ideológico não deve pagar por possíveis erros cometidos por pessoas ou governos. No mais, ‘estelionato’ é o que faz o capitalismo ao nos vender a ilusão da liberdade e do paraíso e nos deixar cada dia mais escravos do sistema.” (Denilson Reis)

“Capitalismo ou socialismo, para o povo não interessa o tipo de governo. As pessoas querem ganhar um salário que possa sustentar suas famílias e educar seus filhos.” (Joaquim Bentacur)

“O leitor Denílson Reis afirma que desconheço o processo histórico do socialismo. Historicamente, é sabido e notório que o socialismo não deu certo e só gerou pobreza, desgraça e miséria. Se era tão bom assim, por que tantas pessoas fugiram da Alemanha Oriental e tantas outras fogem de Cuba?” (Lúcio Borges)

“Em relação à carta de Lúcio Borges, esquece o leitor que a Alemanha foi espólio da guerra que iniciou e perdeu. Pagou pouco pelo mal que fez contra a população civil quando invadiu a Rússia. O muro deveria existir até hoje. Quanto aos cubanos que vão ilegalmente para os EUA, são em número muito menor do que os brasileiros que fazem o mesmo.” (Moacyr Freitas)

“O leitor Lúcio Borges fala sobre dois exemplos em que o socialismo não deu certo. Volto a repetir, não podemos negar um sistema por erros cometidos por pessoas ou por governos em sua implantação. Gostaria que o leitor procurasse uma sociedade em que o capitalismo proporcionasse benesses ao conjunto da população, não a um grupo privilegiado, dono dos meios de produção.” (Denilson Reis)

“Talvez o leitor Denilson Reis defenda o socialismo porque não sabe dos bons resultados sociais obtidos por sociedades capitalistas. No capitalismo, a economia depende do trabalho feito e dos riscos assumidos pelos cidadãos, e não do planejamento centralizado de um elite. O governo se empenha na regulamentação da economia e na provisão de serviços essenciais como a saúde e a educação. A Austrália, o Japão e os países da Escandinávia são bons exemplos.” (Ian Alexander)

“A carta de Ian Alexander só me faz reafirmar minhas convicções sobre o socialismo, pois seus pressupostos pregam a igualdade social. Por isso, defendo o socialismo e critico o capitalismo, que apenas nos dá esmolas. Não quero viver numa sociedade em que temos de  nos contentar com aquilo que os donos dos meios de produção admitem que a grande maioria possua. O acesso aos bens e serviços deve ser igual para toda a sociedade.” (Denilson Reis)

“Enquanto em Maastrich realizou-se a I Semana Européia de Responsabilidade Social Corporativa, patrocinada pelo governo holandês, pela Comissão Européia e por ONGs, nossos modernosos governantes, alçados de tupiniquins a globalização, ainda praticam a renúncia de receita pública em favor de empresas concentradores de renda. E, qual neobobos, ficamos nós outros a atestar o óbito do socialismo e a entoar glórias ao capitalismo.” (Juarez Guilhon)

“Leitor pediu que procurasse uma sociedade em que o capitalismo proporcionasse benesses ao conjunto da população. Alguns: Estados Unidos, Canadá, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Suíça, Áustria, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Portugal e inúmeros outros. Informo também que não existe socialismo sem capitalismo.” (Homero Itaquy)

“Nos países da Escandinávia, temos o capitalismo, mas com vigorosa orientação e regulamentação governamental, dirigidas ao bem-estar social: nos demais, temos desenvolvimento econômico concentracionista, não necessariamente desenvolvimento social. As benesses do capitalismo, nos países de economias desregulamentadas, são ínfimas em relação às mazelas que deixam, pois aí predomina o capitalismo selvagem e predatório.” (Juarez Guilhon)

“O capitalismo e o socialismo não são formas, nem sistemas, nem regimes de governo e sim são modos de produção, isto é, como os países se organizam para produzir e distribuir suas riquezas. Parece que no mundo contemporâneo não há um capitalismo nem um socialismo puro e sim um pouco de cada um. A história nos conta que no berço do capitalismo nasceu o cooperativismo, que é um ramo do socialismo. E quantas pessoas vimos se dizerem capitalistas autênticas e conduzirem-se para sistemas socialistas de produção?” (Luiz Tuparaí).

“Em resposta a Denilson Reis, no capitalismo as pessoas têm de se qualificar para não serem excluídas do processo (mercado de trabalho). Não podem ficar esperando pela benevolência do governo ou de entidades sociais. Já o socialismo tenta nivelar todo mundo por baixo.” (Lúcio Borges)

“Caro leitor Lúcio Machado Borges, concordo que, no capitalismo, as pessoas devam se qualificar para entrar no mercado de trabalho (CP 8/4). O problema é que a qualificação fica restrita aos que têm posses. Mas dizer que no socialismo se nivela por baixo é um equívoco. A educação em Cuba é de qualidade e estendida a toda a população.” (Denilson Reis)

“A afirmação do leitor Denilson Reis dizendo que a educação em Cuba é de qualidade não é verdadeira, pois, nas ditaduras, a educação é conduzida no sentido de bitolar professores e alunos; só pode ser ensinado o que serve à cúpula governante. O que pode haver em Cuba é escola para todos.” (José Disconzi)

“O leitor José Disconzi argumentou que, na ditadura de Cuba, a educação é conduzida no sentido de  bitolar professores e alunos, pois só é ensinado o que serve à cúpula. Mas no Brasil, não é a mesma coisa, apesar de nossa fachada democrática? No país de Fidel Castro, bem ou mal, ao menos há escola para todos, enquanto, aqui, milhares de crianças estão fora das salas de aula. Não defendo ditaduras, mas também não vejo liberdade e qualidade na educação pública brasileira.” (Leopoldo Arnold)

“O leitor José Disconzi diz que, com a ditadura castrista, é impossível educação de qualidade. Talvez seja verdade quando se tratar de formação ideológica, mas não vejo como o castrismo podar o conhecimento científico de cursos como Medicina, Arquitetura, Engenharia, Biologia, entre outras. Além do mais, se a ditadura bitola professores e alunos, não esqueçamos que no capitalismo vigora a ditadura do mercado.”  (Denilson Reis)

Ilustração: Alex Doeppre (RS)

quarta-feira, 14 de março de 2012

2012


Montagem: Jerônimo Souza (RS)
Prezados Amigos!
O ano de 2012 finalmente começa a tomar seu rumo. Primeiro formam as férias e depois o carnaval. Neste meio tempo fiquei longe da atualização dos meus blogs, inclusive este. Agora que retomamos o percurso normal das coisas comecei a pensar em alguns temas para expor aqui no blog A Tréplica para discutir com os amigos questões do cotidiano a partir de minha vivência esperando contribuir com todos.

Este ano teremos eleições municipais. As campanhas, embora tímidas, já estão na rua e como sempre os “conchavos” políticos já estão sendo amarrados para garantir 4 anos de poder. Tenho sido muito cético com os partidos e sei que não bastam boas intenções de parte de um candidato, pois o sistema acaba levando ele de roldão. Assim, continuarei a defender a não obrigatoriedade do voto.

Também estou pensando em escrever um pouco sobre a paixão do futebol e a Copa do Mundo no Brasil em 2014. Só para adiantar, tem muita maracutaia rolando nestes acordos para construção de estádios. É muita grana e tudo por pressão da FIFA. Tem me chamado a atenção como amigos tem usado o facebook e outras redes sociais para brincarem com a rivalidade entre clubes de uma mesma cidade. A brincadeira é válida, mas já vi algumas coisas fora de propósito e até baixarias. Tenho algo a dizer sobre isso e vou escrever um artigo em breve. Vejam bem, sou apaixonado por futebol, então, não será uma crítica raivosa de quem detesta futebol.

Para finalizar este bate-papo inicial falo um pouco sobre Educação. Estamos, nós professores, numa luta muito grande para cobrar do governo gaúcho o cumprimento do piso nacional sem mexer em nosso plano de carreira e em nossas conquistas históricas. Mas, entra governo e sai governo e a coisa é a mesma, o discurso governamentista é o mesmo e, olha que aqui no RS a oposição virou governo e o governo virou posição, mas parece que continua tudo igual. Há, estes políticos...  

Texto: Denilson Rosa dos Reis