Alvorada completa neste mês de setembro 45 anos. Veja um pouco de sua História a partir do depoimento de Arnaldo Rodrigues Barbosa.
Serviços Públicos
Serviços Públicos
A Prefeitura Municipal já se encontrava no mesmo local da atual, mas o prédio era outro. O atual prédio foi construído, pois o primeiro foi totalmente destruído por um terrível vendaval e temporal. A Prefeitura funcionou temporariamente em um prédio na parada 47 até a construção da atual sede. No início da década de 1970 não havia posto de saúde, muito menos hospital. Os atendimentos médicos eram realizados em dois consultórios particulares: Dr. Ênio e Dr. José. A Delegacia de Polícia localizava-se na Av. Presidente Getúlio Vargas, na parada 43 e os Correios e Telégrafos na parada 44. O primeiro Banco a ser aberto no Município foi o Banrisul, que se situava na entrada da Av. Maringá, parada 50. A vinda do Banco foi resultado do trabalho de uma comissão liderada por Pedro Antônio e Marta Godoy, que se dirigiram a Brasília para pleitear a instalação.
Comércio
Como um Município recém emancipado e com uma população de baixo poder aquisitivo onde a maioria trabalhava em Porto Alegre, o comércio começou tímido. Havia apenas três lojas na avenida: Vencedora, Lunalta e Bazar Noemi. A primeira farmácia foi a Farmácia Alvorada, do Seu Olau. Tradicional na cidade, opera até os dias de hoje, na parada 47. Havia apenas dois supermercados, ambos da mesma rede. Tratava-se do Supermercado Nair, localizados na parada 43 e 49. O restante do comércio desenvolvia-se em pequenos armazéns de secos e molhados. Leite e pão eram entregues a domicílio. O Município abrigava muitos tambos. Nesta época, realizava-se na parada 48, na quadra entre as ruas Alberto Pasqualini e Salgado Filho, uma feira de produtos alimentícios. O curioso é que estes produtos – porco, galinha, marreco, pato, cabrito, cachaça, melado, rapadura e frutas em geral – eram trazidos do Município de Santo Antônio da Patrulha em carretas puxadas a boi. Neste local, surgiu também um ferreiro, que ficou tradicional na cidade porque prestava serviços aos carreteiros que chegavam.
Infra-estrutura
É bastante óbvio que neste princípio não havia iluminação pública. Além disso, a água encanada também levou alguns anos para chegar. Para abastecerem-se de água para beber, as famílias buscavam-na na bica localizada ao lado do hoje CTG Campeiros do Sul. O calçamento ficava restrito à Av. Presidente Getúlio Vargas, no trecho compreendido entre a ponte, na entrada do Município, até a parada 48, em frente à Prefeitura. Dali em diante, era chão batido, bem como da parada 48 até o Sarandi, em Porto Alegre, via Vila Americana. Alvorada era composta de muitas chácaras. Para se ter uma ideia, entre a parada 47 e a 48, pela margem esquerda, havia apenas três casas: uma residencial, uma loja e uma funerária. A Praça Central também não existia, era um banhado só, cheio de córregos e mato de “amarical”. Ela foi aterrada a partir de terrenos que ficavam em barrancos onde hoje temos os Correios e Telégrafos. Quanto à limpeza urbana, era realizada por carroceiros, mas somente em prédios comerciais. Nas residências, se queimava ou enterrava o lixo, também era colocado em terrenos baldios, o que causava um aspecto horrível para o Município.
Meios de Transporte
O transporte urbano já era monopólio da SOUL (Sociedade de Ônibus União Ltda.), responsável pelo transporte interurbano. Dentro do Município havia a Empresa Padre Léo, que no início transportava os passageiros em Kombis. A empresa foi comprada pela SOUL e hoje atende pelo nome de VAL. O fluxo de automóveis era baixíssimo, podia-se contar nos dedos os automóveis que trafegavam pelas ruas, em especial pela avenida. Assim, o uso de bicicletas era constante, inclusive para o deslocamento até o trabalho, como por exemplo, as metalúrgicas da Assis Brasil em Porto Alegre. Utilizavam-se muito as carroças também, tanto para carga como transporte de passageiros. Grande parte dos moradores tinha uma carroça em casa.
Diversão
Um dos principais pontos de diversão no Município era tomar chope no Bar do Jajá, que com o tempo transformou-se em uma churrascaria. Também havia o Salão de Baile Cruzeiro do Sul na Parada 46. Na mesma Parada, o Cine São Jorge, único cinema que houve em Alvorada.
Assim era Alvorada na primeira metade dos anos 1970. Na Segunda metade, até os anos 1980, o Município começou a dar seus primeiros passos ao progresso, com um forte surto de urbanização e modernização – mesmo que desorganizada.
Texto originalmente publicado no livro Raízes de Alvorada, 2006
Comércio
Como um Município recém emancipado e com uma população de baixo poder aquisitivo onde a maioria trabalhava em Porto Alegre, o comércio começou tímido. Havia apenas três lojas na avenida: Vencedora, Lunalta e Bazar Noemi. A primeira farmácia foi a Farmácia Alvorada, do Seu Olau. Tradicional na cidade, opera até os dias de hoje, na parada 47. Havia apenas dois supermercados, ambos da mesma rede. Tratava-se do Supermercado Nair, localizados na parada 43 e 49. O restante do comércio desenvolvia-se em pequenos armazéns de secos e molhados. Leite e pão eram entregues a domicílio. O Município abrigava muitos tambos. Nesta época, realizava-se na parada 48, na quadra entre as ruas Alberto Pasqualini e Salgado Filho, uma feira de produtos alimentícios. O curioso é que estes produtos – porco, galinha, marreco, pato, cabrito, cachaça, melado, rapadura e frutas em geral – eram trazidos do Município de Santo Antônio da Patrulha em carretas puxadas a boi. Neste local, surgiu também um ferreiro, que ficou tradicional na cidade porque prestava serviços aos carreteiros que chegavam.
Infra-estrutura
É bastante óbvio que neste princípio não havia iluminação pública. Além disso, a água encanada também levou alguns anos para chegar. Para abastecerem-se de água para beber, as famílias buscavam-na na bica localizada ao lado do hoje CTG Campeiros do Sul. O calçamento ficava restrito à Av. Presidente Getúlio Vargas, no trecho compreendido entre a ponte, na entrada do Município, até a parada 48, em frente à Prefeitura. Dali em diante, era chão batido, bem como da parada 48 até o Sarandi, em Porto Alegre, via Vila Americana. Alvorada era composta de muitas chácaras. Para se ter uma ideia, entre a parada 47 e a 48, pela margem esquerda, havia apenas três casas: uma residencial, uma loja e uma funerária. A Praça Central também não existia, era um banhado só, cheio de córregos e mato de “amarical”. Ela foi aterrada a partir de terrenos que ficavam em barrancos onde hoje temos os Correios e Telégrafos. Quanto à limpeza urbana, era realizada por carroceiros, mas somente em prédios comerciais. Nas residências, se queimava ou enterrava o lixo, também era colocado em terrenos baldios, o que causava um aspecto horrível para o Município.
Meios de Transporte
O transporte urbano já era monopólio da SOUL (Sociedade de Ônibus União Ltda.), responsável pelo transporte interurbano. Dentro do Município havia a Empresa Padre Léo, que no início transportava os passageiros em Kombis. A empresa foi comprada pela SOUL e hoje atende pelo nome de VAL. O fluxo de automóveis era baixíssimo, podia-se contar nos dedos os automóveis que trafegavam pelas ruas, em especial pela avenida. Assim, o uso de bicicletas era constante, inclusive para o deslocamento até o trabalho, como por exemplo, as metalúrgicas da Assis Brasil em Porto Alegre. Utilizavam-se muito as carroças também, tanto para carga como transporte de passageiros. Grande parte dos moradores tinha uma carroça em casa.
Diversão
Um dos principais pontos de diversão no Município era tomar chope no Bar do Jajá, que com o tempo transformou-se em uma churrascaria. Também havia o Salão de Baile Cruzeiro do Sul na Parada 46. Na mesma Parada, o Cine São Jorge, único cinema que houve em Alvorada.
Assim era Alvorada na primeira metade dos anos 1970. Na Segunda metade, até os anos 1980, o Município começou a dar seus primeiros passos ao progresso, com um forte surto de urbanização e modernização – mesmo que desorganizada.
Texto originalmente publicado no livro Raízes de Alvorada, 2006
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