Por Denilson Rosa dos Reis*
Imagem: Anderson Ferreira Cores: Diego Müller |
Durante uma semana, o Magistério gaúcho parou para pensar a Educação. Essa semana de formação, vi que meus colegas educadores comentaram que a Educação está em crise. Alguns chegam a concordar comigo que a Educação enfrenta esta crise, pois a Escola, tal como se apresenta, faliu. Assim, discute-se que mudanças são necessárias para transformarmos a Escola e tirarmos a Educação da crise.
Sonho com uma Escola não mais como espaço de transmissão do conhecimento, mas sim como espaço de aprendizado, que deve ser alcançado de forma lúdica e não pela verborragia dos professores. A pedagogia tradicional tem levado a dois caminhos: indisciplina dos alunos e depressão de professores. Faz-se necessário uma revolução dos espaços escolares, dos currículos, e dos métodos pedagógicos.
Para mim, que trabalho há mais de 15 anos como educador, e sou pai de dois jovens em idade escolar, sei que as crianças adoram a Escola. O que detestam são as aulas e as provas. Imaginem uma Escola onde as aulas são lúdicas, e as provas – escritas, tal como conhecemos – sejam abolidas. Podemos começar por aí.
Estruturaria a vida escolar em três ciclos de quatro anos. No primeiro ciclo, o aluno seria alfabetizado, dominaria as quatro operações e mais a sociabilização. No segundo ciclo, o aluno seria apresentado às várias ciências, sempre com atividades lúdicas ligadas às artes e ao esporte. Nada de quadro negro, giz e provas. Aqui a ideia é a formação de artistas e atletas. No terceiro ciclo, os alunos poderiam optar por cursos técnicos em quatro áreas: Educação (Magistério), Saúde (Enfermagem), Mecatrônica e Química. Aqueles que não quisessem estas áreas técnicas, seguiriam estudos normais de cidadania e aprofundariam sua formação de artistas e atletas.
Para isso, o Estado deveria investir em uma Escola de tempo integral, bem aparelhada e com ginásios e salão de atos. Ou seja, uma mudança verdadeira, uma revolução na Educação.
Neste momento, seria acusado de lunático, de queimar meus neurônios pensando num sistema educacional longe das possibilidades da conjuntura econômica do Estado brasileiro. Seria acusado de utópico e de não usar meu tempo para pensar em possibilidades plausíveis.
Minha resposta vem da música de Raul Seixas: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto, é realidade”.
*Professor de História, músico e fanzineiro
Ilustração: Anderson Ferreira e Diego Müller (RS)
Ótima postagem!! Sou também professor (cheguei via o TEXBR no twitter) ambém em São Paulo e recentemente nos reunimos em um Congresso (no meu blog www.wilsondosacramento.blogspot.com ) e estamos no mesmo ponto...é geral essa crise, e onde foi que li sobre o radical - ideograma chinês - da palavra "crise": foi em 2008 na marolinha financeira mundial?..deixa pra lá..., enfim, essa palavra chinesa se traduz nesta coisa de crise como conhecemos no ocidente, mas também de ruptura e consequemente de novas possibilidades e como foi colocado na postagem, temos que buscar novas formas...venho tentando por aqui!!
ResponderExcluirE acredito neste modelo que cita de formação integral - interessante a divisão nos períodos, creio que o Japão e a França tem algo parecido.
Abraços