quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

TIO SAM: O PRESIDENTE DO IMPERIALISMO

Arte: Alex Doeppre
Depois do governo de Barack Obama do Partido Democrata, os Estados Unidos da América volta a ser governado pelo Partido Republicano na figura de Donald Trump. Sua eleição causou uma onda de repulsa mundo a fora, mas será que a política norte-americana em relação a conjuntura mundial será tão diferente quanto foi com Obama.

Com Obama tivemos um marco na história dos Estados Unidos da América. Pela primeira vez um negro ocupou o principal cargo político na Casa Branca. Com Hillary Clinton poderíamos ter uma mulher. Acho isto um fator significativo dentro de um país com forte e aberto manifesto racista e num mundo onde a mulher ainda é vista como um ser frágil frente ao homem.

Embora Obama tenha governado pelos Democratas e agora Trump vai governar pelos Republicanos, sabemos que o verdadeiro presidente dos imperialistas é “Tio Sam”. As eleições nos Estados Unidos da América nada mais foram do que trocar “seis por meia-dúzia”; é o “mudar não mudando”.

Os Estados Unidos da América continuarão com a política do Tio Sam, seja com democratas ou republicanos, com um negro ou um fanfarrão, no poder. Manter-se-ão como a velha nação imperialista e militarista invadindo países e oprimindo os povos. Eles podem se iludir, nós não!

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)

segunda-feira, 16 de maio de 2016

IMPEACHMENT

Arte de Bira Dantas
Vivemos no Brasil um novo processo de Impeachment. Anteriormente derrubou-se o presidente Fernando Collor e agora está para ser derrubada a presidente Dilma Rousseff. Sei que os dois processos são diferentes e as motivações também, mas me preocupo com os rumos que as coisas tomaram. Se derrubar o Collor em 1992 foi considerado como um ato em defesa da democracia, agora me parece que as coisas estão mais no campo das disputas partidárias do que pela defesa da democracia.

Se o impeachment de Collor veio a partir de fortes ligações de corrupção envolvendo seu nome, no caso da Dilma isto não ocorre. Em momento algum, apareceu qualquer fonte confiável afirmando haver Dilma, feito qualquer desvio de verbas ou algo que o valha. Collor não tinha sustentação política, o contrário de Dilma que tem como vice-presidente Michel Temer do PMDB. O que relaciona Collor e Dilma é a crise econômica. Mas só isso deve ser suficiente para derrubar um presidente?

Para mim está claro que o temos um golpe em andamento. Não estou aqui para defender Dilma ou o PT. Para quem me acompanha sabe que desde o momento em que o PT começou a conversar com partidos conservadores que deixei de acreditar no Partido dos Trabalhadores. Me mantenho a “esquerda” como sempre, mas com uma postura bem “anarquista” quando me apresentam partidos e candidatos. Por isso, ao falar em golpe não estou defendendo a Dilma ou o PT, estou apenas argumentando uma análise da conjuntura.

Por que golpe? Hoje vejo que não existe uma democracia popular quando se elege um presidente ou um partido para governar, seja no nível que for. Os partidos estão atrelados a grandes conglomerados empresariais que os financiam em suas campanhas. Quem empresta dinheiro hoje vai cobrar amanhã. Então, independente da cor de sua bandeira, os partidos defendem uma única bandeira, sua própria sobrevivência.

Claro que vejo diferenças entre partidos, inclusive entre o PT e o PMDB, por exemplo. As preocupações sociais do PT são maiores como bem demonstram projetos como Minha Casa Minha Vida, Prouni e Bolsa Família. Mas o grosso dos investimentos acabam nas mãos de mega corporações capitalistas como os bancos. Neste quesito, os partidos não se diferenciam, eles são financiados pelo capital e devem obrigações para com eles depois. A democracia que vivemos é capitalista e não popular.

Para mim está arquitetado um golpe para tirar o PT do poder e barrar uma possível volta de Lula a presidência. Por um lado, temos o PSDB derrotado nas últimas três eleições. Por outro o PMDB, envolvido até os dentes com corrupção e com o vislumbre de Temer assumir a presidência com o impeachment de Dilma. Correndo por fora, toda uma sorte de políticos e partidos conservadores e autoritários que ainda decantam o PT como um bando de comunistas (hehehe...).

Aguardemos os desdobramentos para o futuro. Mas está mais do que na hora de o povo dizer um não a todos que venham lhe pedir voto. Neste momento, o melhor protesto é o voto nulo nas próximas eleições e em outras que virão também.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Bira Dantas (SP)

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

D’ALE 10

Arte de Adão de Lima Jr
Andres Nicolas D’Alessandro, ou apenas D’Ale, como é carinhosamente chamado pela torcida colorada, deixou o Internacional no dia 03 de fevereiro de 2016.

Quando chegou em Porto Alegre para vestir a camiseta do Internacional em 2008, muitos não acreditavam que ficaria mais que uma temporada, mas D’Ale ficou mais, ficou 8 e construiu uma das carreiras mais sólidas na história do clube.

Ao se despedir do Inter, o fez levantando taça, a Recopa Gaúcha. Quando chegou, também levantou a Copa Sul-Americana, em 2008. A cada ano ia empilhando títulos. Em 2009, ganhou o Campeonato Gaúcho e a Copa Suruga. Em 2010, a grande consagração com o Bi da Libertadores. Em 2011, veio o Bi da Recopa Sul-Americana e o início de uma sequência de cinco títulos regionais, o Campeonato Gaúcho de 2011 a 2015.

Mas mais importante que estes números foi sua identificação com o clube, com a cidade e com os gaúchos. Por mais que eu venere as figuras de Falcão e Fernandão, tenho que colocar D’Alessandro nesta trindade. Falcão foi o craque da elegância, Fernandão o grande líder e D’Alessandro conseguiu juntar o craque e o líder.

Assim, coloco D’Ale num dos degraus mais altos da história do Internacional e aqui deixo esta homenagem ao cara que me mostrou que não nascemos para nos entregar. Perder é do jogo, mas lutar para vencer é obrigação de colorado. D’Ale saiu como um verdadeiro guerreiro colorado.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Adão de Lima Júnior