Arte: Anderson Ferreira |
Iniciei
minha curtição pelo futebol com a Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Nesta
época também marcou minha opção por torcer pelo Colorado. O Internacional vinha
de dois títulos nacionais (1975-1976) e na sequência ganhou o Campeonato Brasileiro
de 1979 de forma invicta. Era o grande time do Falcão, mas eu ainda era um
garotinho e pouco compreendia o significado daqueles três títulos. Para mim,
a compreensão do que é o futebol ocorreu apenas na Copa do Mundo de 1982, na
Espanha, onde Falcão estava jogando o fino da bola. Assim, mesmo não estando mais
jogando no Internacional, virou referência para mim como o grande ídolo do
clube.
Nas
décadas de 1980 e 1990, na minha adolescência, sofri bastante torcendo pelo
Internacional. O time não conseguia ganhar grandes títulos, arranhou algumas
vezes no Campeonato Brasileiro e na Libertadores. Fora o título da Copa do
Brasil de 1992, sobrou apenas os títulos do Campeonato Gaúcho, muito pouco para
quem virou colorado na década anterior.
No
início do século XXI, a história do Internacional começou a mudar e culminou
com o sagrado ano de 2006 ao ganhar a Libertadores e o Mundial de Clubes da
FIFA. Um jogador em especial tornou-se o símbolo deste Internacional vencedor,
Campeão de Tudo como ficou conhecido ao ganhar todos os títulos possíveis para
um clube de futebol. Este jogador atendeu pelo nome de FERNANDÃO.
Fernandão
devolveu ao torcedor colorado a alegria de torcer, o sentimento de vencedor
após duas décadas muito amargurantes. Voltamos a gritar “é campeão” e nos
grandes títulos ele esteve lá, levantando os troféus que nos orgulham. Não vi
Falcão vestindo a camiseta do Internacional ao vivo no Beira-Rio, mas tenho ele
como ídolo e maior jogador de todos os tempos, mas vi Fernandão levantando a
taça da Libertadores na “noite sem fim”, do dia 16 de agosto de 2006. Eu estava
lá, no Beira-Rio, vendo aquele cara levantar a taça. Ele marcou meu imaginário
campeão.
Hoje,
07 de junho de 2014, ao saber que o grande ídolo Fernandão não está mais entre
nós, tendo nos deixado tão precocemente (36 anos), precisava escrever e dizer
mais uma vez, “obrigado Fernandão, você fez eu voltar a sentir como é bom ser
Colorado”.
Texto: Denilson
Rosa dos Reis
Ilustração:
Anderson Ferreira (RS)