Ilustração de Marcelo Tomazi |
O futebol tem a capacidade
de nos deixar apaixonados. Quem já freqüentou um estádio lotado sabe disso.
Quando a multidão começa a gritar o nome do time, é de deixar qualquer um
arrepiado, as lágrimas parecem querer brotar de nossos olhos, vencer um jogo no
último lance, então, é pura emoção. Estão querendo roubar este sentimento do
povo brasileiro. O grande historiador inglês Eric Hobsbawn dedica um trecho de
“A Era dos Extremos” para falar do futebol brasileiro, mas estão tentando acabar
com esta paixão.
Estamos começando mais um
Campeonato Brasileiro de Futebol, serão 38 rodadas até que saibamos quem somou
mais pontos e terá o direito de erguer a taça. Mas, será que vai erguer a taça
quem realmente somar mais pontos. Eu ainda não esqueci o Campeonato Brasileiro
de 2005. Quem esqueceu, veja o que eu escrevi e publiquei na época.
Ver o final do Campeonato
Brasileiro com duas torcidas comemorando o título de forma constrangedora pode
ser o ponto final do futebol no país. Quem é, de fato, campeão brasileiro 2005?
Depois de 26 anos a torcida colorada viu seu título ser levado do Rio Grande
por um “canetaço” do senhor Zveiter. Contrariando todos os precedentes do
futebol mundial, Zveiter anulou 11 partidas “suspeitas” de manipulação. A lei é
clara, somente quando constatado de fato um erro ou uma manipulação, uma
partida pode ser anulada. Zveiter rasgou a lei e num ato de total prepotência
favoreceu uma equipe. A torcida corintiana nada tem a ver com isso, mas o
título ficou manchado.
O que fez o Clube dos 13?
Calou! A CBF? Respaldou e ainda ameaça rebaixar o Inter e incentiva terceiros a
mover ações judiciais neste sentido. A Comenbol ameaça tirar a vaga que o clube
gaúcho conquistou para a Libertadores 2006. Porque tanta pressão? O sonho acabou,
não sejamos ingênuos. Alguns campeonatos já começam com todos sabendo quem será
o campeão, mesmo que no decorrer tenha que rolar um “canetaço”.
Lembram? Nós colorados ainda
não esquecemos. Só um título do Campeonato Brasileiro poderá fazer-nos passar
por cima desta mancha em nossa história.
Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Marcelo Tomazi (RS)