domingo, 26 de agosto de 2012

OS MELHORES DO MUNDO

Montagem de Alex Doeppre

Mais uma vez a Seleção Brasileira de Futebol não conquistou o único título que falta em sua sala de troféus: a medalha de ouro olímpica.  Mas decepções acontecem no futebol e mesmo o Brasil sendo “os melhores do mundo”, nem sempre ganharemos. Aproveito este fato para trazer um artigo que escrevi após a decepcionante derrota na Copa de 2006. Confira a seguir!

Um dos clássicos desenhos animados de super-heróis chama-se “Os Melhores do Mundo”. Nesse episódio, Superman e Batman estão em volta de uma disputa envolvendo seus arqui-rivais Lex Lutor e Coringa, e deverão enfrentá-los para provar que realmente são os melhores do mundo. A seleção brasileira de futebol chegou à Copa da Alemanha como os melhores do mundo, mas diferente dos super-heróis, pois seu comandante, o técnico Parreira, acreditava que não era necessário provar nada a ninguém, bastava colocar os melhores em campo. Ledo engano! Nas quartas-de-final nossos arqui-rivais (lembram de 1986 e 1998?) provaram que são tão competentes quanto Lex Lutor e Coringa, e nossos “supers” não estão a altura de Superman e Batman. Enquanto Superman tem que usar toda sua força e Batman seu intelecto contra seus inimigos, nossa seleção parecia mais preocupada com as fotos, os comerciais e seus recordes pessoais do que enfrentar os franceses.

Cafu queria erguer a taça pela segunda vez; Parreira tornar-se bi-campeão como técnico; Zagalo buscava seu 5º título; Ronaldo a artilharia dos mundiais (e conseguiu!) e Ronaldinho ser o craque dos craques, talvez mais que Pelé. E todos buscando contratos milionários com empresas de publicidade. Ronaldinho Gaúcho, aliás, faz com que eu desconfie que suas apresentações no Barcelona sejam truques de montagem, como aquele em que ele acerta repetidas vezes a trave e sempre domina a bola no retorno. Bem, tinha que acabar desta forma. Agora é aguardar 2010 e quem sabe contar com Superman e Batman para que sejamos os melhores do mundo. Do contrário, é jogar futebol.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)